quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016
Fernanda Terra - Entrevista
Fernanda Terra é um dos grandes nomes quando se trata de bateristas mulheres no Brasil e O Portal Death Mask teve a oportunidade de conversar com ela sobre sua carreira e sobre a cena Heavy Metal.
OPDM - É um enorme prazer falar com você Fernanda.
Prazer é todo meu!
OPDM - Fernanda, você começou seus estudos de bateria ainda muito jovem. Essa vontade se deu por influência de alguém, diretamente?
Acho que foi influência do meu irmão, a gente começou a ouvir som juntos e ele logo começou a tocar guitarra, montou banda e precisava de baterista, acabei fazendo umas aulas pra entrar na banda e nunca mais parei.
OPDM - Quando estudamos, seja lá que matéria, sempre existe um assunto do qual não gostamos. No início dos seus estudos, tinha alguma técnica que você não gostava de executar? E qual gostava mais?
Nenhuma, sempre gostei de tudo relacionado a bateria. Gostei muito do rimshot, técnica que você golpeia o aro do tambor e a pele deixando o som mais alto, era muito legal porque eu era muito pequena e todo mundo comentava isso, achavam impressionante o fato de eu ser pequena e tirar tanto som da bateria. Hoje em dia gosto dos rudimentos em geral.
OPDM - Desde o princípio dos seus estudos você decidiu tocar em bandas de rock? Isso se deu por gosto pessoal ou mais para apurar sua prática em conjunto?
Gosto pessoal, sempre curti rock mesmo.
OPDM - Fernanda, você tornou-se conhecida e passou a fazer muitos shows por todo o país desde os meados dos anos 90. O que você acha que mudou na cena brasileira hoje se comparado a essa época?
Hoje tá tudo mais fácil, antigamente não tinha internet, a gente marcava shows por telefone, pegava contato nos zines, precisava realmente estar afim. Tinha menos gente que curtia o som, e não tinha tantas bandas também. Hoje é mais fácil ter banda e divulgar seu material.
OPDM - Você fez um teste para o programa Altas Horas, indo para a final com a Vera Figueiredo. Como foi participar de uma seleção como essa?
Foi muito legal, adorei ser indicada e nem esperava chegar tão longe, teve um momento que eu já achava que já tava dentro mas o último teste foi com a Vera que tinha muito mais experiência que eu, não fiquei surpresa por ela pegar a vaga.
OPDM - Como foi excursionar pelos Estados Unidos? A banda Dominatrix, que você tocava na época, foi bem recebida nessa turnê?
Foi bem legal, a tour toda foi muito boa, na época nunca tinha saído do Brasil, muito menos pra tocar tão longe. Foi uma grande experiência. Adorei! A banda foi bem recebida.
OPDM - Falando em um assunto muito abordado nos últimos dias, o que você acha da atitude tomada por Phil Anselmo, de usar saudação nazista em seu show e depois dizer que estava apenas brincando?
Fazer saudação nazista é uma atitude bem babaca, depois dizer que estava brincando é mais babaca ainda. Fiquei decepcionada porque não esperava isso.
OPDM - Nos últimos meses perdemos várias pessoas influentes no mundo da música, dentre elas, Lemmy Kilmister. Fernanda Terra teve influências de Motorhead diretamente ou em alguma banda que já fez parte?
Com certeza, desde bem nova gostava do Lemmy, primeiro show que eu vi do Motorhead foi nos anos 90 e a partir daí comecei a gostar bem mais.
OPDM - Ainda sobre a atualidade, temos percebido uma grande intolerância no mundo musical e quem faz algo diferente já é duramente criticado, principalmente no Metal. Você participaria de uma jam em um trio elétrico, assim como o Angra e o Sepultura?
Sempre foi assim, principalmente no metal. Eu participaria sim, ainda mais tocando rock num dos eventos mais tradicionais do país. Não vi problema algum. E achei até que demorou pro Sepultura fazer uma parceria com o Carlinhos Brown novamente, o Roots já tá fazendo 20 anos.
OPDM - Fale um pouco de seus trabalhos atuais, como está a agenda da Fernanda Terra no ano de 2016?
Para seguir a agenda é só curtir minha página, ou me seguir no twitter, tem algumas novidades por vir, a que está pra acontecer é o lançamento do meu método que eu realmente estou com orgulho de ter feito!
www.facebook.com/fernanda.terra1
www.twitter.com/fernandaterra
Fernanda, agradeço muito sua participação e disponibilidade. Espero revê-la em breve, fazendo muito Metal para todos nós. Deixe suas considerações finais e um recado para seus fãs.
Obrigada Vivi. Obrigada pela oportunidade da entrevista.
Galera, obrigada por acompanhar meus trabalhos e me ajudarem na arte de viver da arte! Vejo vocês nos shows! Nunca desistam dos seus sonhos e sucesso pra vocês! Abraços!
O Portal Death Mask mais uma vez agradece a sua participação e deseja a ti cada vez mais sucesso!
E você, caro amigo leitor.. até a próxima matéria \,,/
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Excelente entrevista Vivi (Death Mask), pena que assim como uma entrevista recente da Indiscipline, foi curta demais, mas tudo bem, adorei. Principalmente duas coisas me chamam a atenção nesta entrevista com esta grande batera: ela tocar num trio-elétrico, fino demais isso, nossas origens metálicas começam aí, no trio-elétrico, seja de Dodô & Osmar (um dos inventores da guitarra elétrica e do metal-pesado a partir do samba-pauleira) até todos os outros trios-elétricos. Juntar metal-pesado com carnaval é nossa essência, nas origens, África de Angola e outros estados do semba (mais tarde samba) e metal-pesado a partir do blues do Mississipi. Não deixe, Fernanda Terra, por favor, de aproveitar esta chance se lhe aparecer, não mesmo e nos conte depois e durante, sempre, como foi a experiência, de tocar metal-pesado junto a trio-elétrico. A segunda coisa que chamo a atenção é que estou ansiosíssimo para receber aqui em casa o método de bateria que FT passou no Kickante, como estou contando os segundos para ver este documento. Legal a entrevista toda, torço pra FT muito e legal esta página, parabéns, abraços.
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